Imagem: YouTube
A tecnologia avança rapidamente e, com ela, surgem ferramentas como o ChatGPT e outras IAs que prometem revolucionar a criação de conteúdo. Mas quando o assunto é documentos jurídicos e pesquisa legal, será que essas ferramentas são realmente confiáveis? Este é um tema que gera muitas dúvidas, especialmente para empreendedores e profissionais que buscam economizar custos com serviços jurídicos.
Se você já pensou em usar ChatGPT para redigir contratos, termos de uso ou até mesmo cartas de notificação, este artigo é essencial para você. Vamos analisar os limites desta tecnologia, seus riscos e os casos em que ela pode realmente ajudar.
Existe um grande equívoco sobre o que a IA realmente faz. Quando falamos de “Inteligência Artificial”, muitos imaginam uma mente eletrônica capaz de raciocinar como humanos. A realidade, porém, é diferente.
O ChatGPT e ferramentas similares funcionam por reconhecimento de padrões. O algoritmo processa enormes volumes de dados e aprende a gerar respostas que pareçam plausíveis baseadas nesses padrões. Ou seja, a IA não está criando conteúdo verdadeiramente novo ou verificando a exatidão das informações – ela está produzindo algo que parece correto.
Em algumas áreas, como identificação de padrões em imagens médicas, a IA já supera humanos. No entanto, quando se trata de aconselhamento jurídico, que envolve interpretação de leis, jurisprudência e contextos específicos, a tecnologia ainda tem sérias limitações.
Uma característica preocupante de ferramentas como o ChatGPT é que elas são programadas para fornecer respostas que soam convincentes, não necessariamente corretas. Para ilustrar esse problema, vamos analisar alguns exemplos práticos.
Durante um teste com ChatGPT, foram feitas perguntas sobre uma advogada específica (Elizabeth Potts Weinstein) cujas informações poderiam ser facilmente verificadas. A IA afirmou que ela escreveu livros como “The Wealth Spa” e “How to Successfully Escape the 9-5 Grind” – obras que simplesmente não existem.
Ainda mais grave, o sistema criou uma empresa inexistente (EPW Wealth Management), alegou que a advogada era casada com um suposto “Andrew Weinstein” e afirmou que ela possuía uma licença profissional que nem mesmo existe no mercado (não existe “licensed financial planner”, apenas certificações como CFP).
Isso demonstra um fenômeno conhecido como “alucinação” da IA – quando o sistema gera informações que parecem verdadeiras, mas são completamente fabricadas. Em contexto jurídico, esse tipo de imprecisão pode ser extremamente problemático.
Quando se trata de pesquisa jurídica, o ChatGPT apresenta limitações significativas em comparação com uma simples busca no Google:
Por exemplo, ao perguntar sobre a necessidade de licenças comerciais em Los Angeles, a IA forneceu uma resposta genérica sem indicar a fonte da informação. Quando solicitada a fornecer um link para mais informações, gerou um URL que não funcionava.
Em contraste, uma simples busca no Google oferece acesso direto a sites oficiais com informações atualizadas e verificáveis – claramente mais confiável para questões jurídicas reais.
A geração de documentos jurídicos é uma área onde o ChatGPT e ferramentas similares parecem oferecer valor – mas com sérias ressalvas. Vamos analisar alguns exemplos práticos:
Ao solicitar uma carta de cessação e desistência para violação de marca registrada, a IA criou um documento que parece profissional e usa termos jurídicos apropriados. A estrutura básica estava presente: identificação das partes, descrição da violação, solicitação para cessar o uso, prazo para resposta e consequências do não cumprimento.
No entanto, faltavam elementos cruciais que um advogado experiente incluiria:
A abordagem gerada pela IA era agressiva, o que pode ser contraproducente em muitas situações onde uma abordagem mais diplomática seria mais eficaz.
O contrato de consultoria de software gerado pela IA forneceu uma estrutura básica com elementos essenciais como confidencialidade, propriedade intelectual e termos de pagamento. No entanto, tinha sérias deficiências:
Um contrato desse tipo, na vida real, necessitaria de personalização significativa para oferecer proteção adequada às partes.
O acordo operacional para uma LLC da Califórnia com dois membros apresentou os elementos mais básicos, mas com omissões críticas:
Um acordo operacional tão simplificado pode criar sérios problemas no futuro, especialmente em caso de desacordos entre os membros.
Apesar das limitações mencionadas, a IA pode ser útil no contexto jurídico quando usada adequadamente:
Lembre-se: a IA deve ser uma ferramenta de apoio, não um substituto para aconselhamento jurídico profissional.
A tecnologia de IA continuará evoluindo e, com o tempo, provavelmente se tornará mais precisa e útil no campo jurídico. Por enquanto, use-a com cautela e sempre verifique as informações fornecidas.
Se você está empreendendo e precisa de documentos jurídicos, considere estas opções:
Já experimentou usar IA para criar documentos para seu negócio? Compartilhe suas experiências nos comentários e continue aprendendo sobre como equilibrar inovação tecnológica e segurança jurídica.
Este artigo foi baseado no vídeo abaixo. Se preferir, você pode assistir ao conteúdo original:
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