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A revolução tecnológica chegou ao mundo jurídico e está transformando a forma como advogados, juízes e outros profissionais do direito exercem suas funções. No centro dessa transformação está o ChatGPT, uma ferramenta de inteligência artificial de terceira geração desenvolvida pela OpenAI, que vem causando tanto fascínio quanto preocupação no setor jurídico. Será que essa tecnologia veio para substituir profissionais ou para potencializar suas capacidades? Vamos explorar como essa poderosa ferramenta pode ser uma aliada indispensável na otimização do trabalho jurídico.
O ChatGPT é um modelo de linguagem que combina bilhões de informações conectadas através de redes neurais, capaz de gerar respostas em linguagem natural, consultar repositórios e formular asserções com uma precisão impressionante. No contexto jurídico, essa ferramenta pode revolucionar diversas áreas, desde a pesquisa jurisprudencial até a redação de peças processuais.
Diferentemente do que muitos temem, o objetivo não é substituir o raciocínio humano, mas sim complementar a atividade jurídica, automatizando tarefas burocráticas e permitindo que os profissionais foquem nos aspectos mais estratégicos e humanos de sua atuação. Um princípio fundamental da OCDE sobre Inteligência Artificial enfatiza a supervisão humana como elemento indispensável em qualquer processo que utilize IA.
Um dos grandes benefícios do ChatGPT para advogados é a capacidade de realizar pesquisas jurídicas de forma rápida e eficiente. Imagine receber um cliente motorista de aplicativo que deseja saber seus direitos trabalhistas em relação à Uber. Em vez de gastar horas consultando diferentes repositórios, você pode solicitar ao ChatGPT que liste as principais teses jurídicas sobre o tema.
A ferramenta rapidamente fornecerá uma lista de argumentos legais, como direito à segurança do trabalho, proteção social, estabilidade financeira, representação sindical, entre outros. Isso já oferece um ponto de partida extremamente valioso para o advogado, que pode então aprofundar a pesquisa em aspectos específicos.
Considere um cenário onde seu cliente teve conteúdo íntimo compartilhado no WhatsApp e deseja identificar os responsáveis. Uma dúvida preliminar seria: o WhatsApp tem o dever de guardar e fornecer registros de acesso mediante ordem judicial?
O ChatGPT pode rapidamente esclarecer que, embora o WhatsApp tenha o dever de proteger a privacidade dos dados dos usuários, a empresa pode ser obrigada a apresentar registros em resposta a uma ordem judicial válida e fundamentada, dentro dos limites das leis de privacidade e proteção de dados.
Uma das aplicações mais surpreendentes é a capacidade de gerar petições iniciais e outros documentos jurídicos. Seguindo com o exemplo anterior, você pode solicitar ao ChatGPT que elabore uma petição inicial para obrigar o WhatsApp a fornecer os registros de acesso à aplicação relacionados a um número específico.
Em questão de minutos, a ferramenta produzirá uma peça estruturada com endereçamento, qualificação das partes, fatos, fundamentos jurídicos e pedidos. Naturalmente, o resultado requer revisão e personalização pelo advogado, que permanece indispensável para garantir a precisão e adequação do documento às particularidades do caso.
Recentemente, um caso envolvendo um juiz colombiano gerou debates intensos sobre o uso da IA no judiciário. O magistrado consultou o ChatGPT para formar seu entendimento em um caso sobre tratamento médico. Importante ressaltar que ele foi transparente sobre essa consulta em sua sentença e não delegou sua capacidade decisória à ferramenta.
Este caso ilustra perfeitamente como a IA deve ser utilizada: como uma ferramenta de apoio que não substitui, mas complementa o raciocínio humano. O juiz consultou o ChatGPT assim como consultaria outras fontes de informação, mantendo seu papel crítico na análise final.
No Brasil, existem diversos projetos de lei e iniciativas focadas na regulamentação da inteligência artificial. O CNJ já possui resoluções desde 2020 sobre como utilizar IA para otimizar a atividade jurisdicional. Diversos tribunais brasileiros já implementam iniciativas envolvendo inteligência artificial:
Esses exemplos demonstram que o uso da inteligência artificial no judiciário não é ilegal. Contudo, é fundamental que seu uso siga princípios éticos, como transparência e supervisão humana.
Um ponto crucial a ser enfatizado é que o ChatGPT e outras ferramentas de IA devem ser encarados como complementos à atividade jurídica, não como substitutos dos profissionais. A supervisão e revisão humana permanecem essenciais, especialmente considerando que:
O profissional do direito continua sendo indispensável na análise crítica, na compreensão do contexto específico de cada caso e na tomada de decisões estratégicas.
A inteligência artificial representa um avanço tecnológico sem precedentes para o setor jurídico. Os profissionais do direito têm agora uma escolha clara: adaptar-se e aproveitar essa tecnologia para otimizar seu trabalho ou resistir a uma mudança que já está transformando a profissão.
Ao integrar ferramentas como o ChatGPT em sua prática diária, você pode realizar em minutos tarefas que antes demandavam horas ou dias, como pesquisas jurisprudenciais, análises legais preliminares e redação de documentos. Isso libera tempo valioso para atividades que realmente exigem sua expertise humana única, como o desenvolvimento de estratégias, a negociação e o relacionamento com clientes.
Não espere para começar a explorar essas possibilidades. Experimente utilizar o ChatGPT para otimizar diferentes aspectos de sua rotina profissional, desde a prospecção e atendimento a clientes até a pesquisa jurídica e redação de peças. O futuro da advocacia já começou, e os profissionais que abraçarem essas ferramentas estarão na vanguarda dessa transformação.
Este artigo foi baseado no vídeo abaixo. Se preferir, você pode assistir ao conteúdo original:
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