Elon Musk entra com ação judicial contra OpenAI e Sam Altman por desvio de missão original
Em uma movimentação que está gerando grandes repercussões no mundo da tecnologia e da inteligência artificial (IA), Elon Musk, CEO da SpaceX e da Tesla e proprietário da X (anteriormente conhecida como Twitter), entrou com uma ação judicial contra a OpenAI, empresa por trás da criação do ChatGPT, e seu CEO, Sam Altman. O magnata alega que a organização se desviou de sua missão original não lucrativa em prol do desenvolvimento de IA que beneficiasse a humanidade. O processo foi registrado no Superior Tribunal de São Francisco, Califórnia, e marca uma escalada no desacordo de longa data de Musk com a startup que ele ajudou a fundar e que desde então se tornou um dos principais nomes em IA generativa, em parte devido aos bilhões de dólares em financiamento da Microsoft.
Musk acusa a OpenAI de trair o acordo de fundação ao se aliar estreitamente à Microsoft, resultando na transformação da OpenAI em uma “subsidiária de fato de código fechado” da gigante da tecnologia. A ação judicial busca impedir que a startup e seus executivos usem sua tecnologia para ganhos financeiros de indivíduos ou empresas, como a Microsoft. Este conflito destaca a rápida evolução da IA e sua crescente influência na sociedade e na economia global. O próprio Musk fundou uma empresa de IA, a xAI, e tem chamado a atenção para a necessidade de regulamentação na área, classificando a IA como uma “espada de dois gumes” e pedindo uma pausa de seis meses no desenvolvimento de sistemas mais potentes que o GPT-4 da OpenAI.
A ação de Musk é baseada em alegações de violação de contrato, alegando que Altman e outro cofundador, Greg Brockman, o abordaram inicialmente para criar uma empresa de código aberto e sem fins lucrativos, mas que agora a startup, fundada em 2015, está focada em lucrar. O processo detalha que OpenAI teria se afastado de sua missão de desenvolver uma IA geral (AGI) de uma maneira que “beneficiasse a humanidade”, um conceito que permitiria que máquinas manuseassem tarefas como um ser humano. Em vez disso, Musk alega que a OpenAI “incendiou o acordo de fundação” quando lançou seu modelo de linguagem mais poderoso, GPT-4, como um produto essencialmente da Microsoft. Os desdobramentos dessa contenda judicial entre Musk e Altman podem oferecer uma visão interna dos debates e das tomadas de decisão na OpenAI.
Além disso, o processo de Musk pode colocar em cheque o relacionamento da OpenAI com a Microsoft, que está sob escrutínio antitruste nos Estados Unidos e no Reino Unido após uma batalha no conselho da startup no ano passado. A startup já anunciou planos de nomear novos membros do conselho em março, e a Microsoft afirmou que terá um assento no conselho sem direito a voto. A ação de Musk solicita que a corte obrigue a OpenAI a tornar sua pesquisa e tecnologia disponíveis ao público e que considere o GPT-4 e uma nova tecnologia mais avançada, chamada Q*, como AGI e, portanto, fora da licença da Microsoft para a OpenAI. Ainda que os especialistas legais tenham expressado ceticismo sobre a possibilidade de Musk ter êxito em suas alegações de violação de contrato, é inegável que a ação judicial lançou luz sobre a complexidade do desenvolvimento da IA e suas implicações para o futuro da tecnologia e da sociedade.