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IA Chinesa em Ascensão: Queen 2.5 Max Desafia GPT-4 e Deep Seek V3 em Nova Corrida por Supremacia

O cenário global da inteligência artificial está em constante evolução, com novos modelos surgindo a cada mês. Em meio a tensões geopolíticas e acusações de práticas questionáveis de desenvolvimento, a gigante chinesa Alibaba acaba de lançar o Queen 2.5 Max – um modelo que promete superar os principais concorrentes ocidentais, incluindo o GPT-4 e o Deep Seek V3. Paralelamente, polêmicas envolvendo possíveis violações de propriedade intelectual adicionam uma camada extra de complexidade a este fascinante ecossistema tecnológico. Vamos mergulhar nesse universo e entender como esses avanços podem transformar a maneira como interagimos com a IA.

A Polêmica entre Deep Seek e OpenAI: Destilação Não Autorizada?

Recentemente, a Microsoft e a OpenAI revelaram ter bloqueado contas suspeitas possivelmente vinculadas à empresa chinesa Deep Seek. De acordo com relatórios do Financial Times e da Bloomberg, essas contas teriam extraído grandes quantidades de dados através da API da OpenAI, possivelmente para realizar um processo conhecido como “destilação”.

Mas o que é destilação em IA? Trata-se de uma técnica em que desenvolvedores utilizam modelos mais robustos para melhorar o desempenho de modelos menores. Para simplificar, imagine que você não entende física quântica, mas tem várias perguntas sobre o assunto. Se você consultar um especialista e anotar todas as respostas, estará essencialmente realizando uma forma de destilação de conhecimento.

Embora a destilação seja uma prática comum em ambientes de pesquisa – o próprio Llama 3.2 da Meta utilizou dados destilados do Llama 3.1 – utilizá-la para desenvolver produtos concorrentes viola os termos de serviço da maioria dos provedores, incluindo a OpenAI. A situação se torna ainda mais intrigante quando muitos usuários relatam que, ao perguntarem ao Deep Seek qual modelo ele utiliza, a resposta frequentemente indica ser o ChatGPT, levantando suspeitas sobre a origem de seu treinamento.

“Sabemos que empresas baseadas na China e outras estão constantemente tentando destilar os modelos das principais empresas de IA dos Estados Unidos”, declarou a OpenAI, sem mencionar diretamente a Deep Seek.

Queen 2.5 Max: O Novo Concorrente de Peso da Alibaba

Em meio a essas controvérsias, o Alibaba acaba de apresentar o Queen 2.5 Max, um modelo que promete ultrapassar o Deep Seek V3 e outros líderes do mercado. O que torna este lançamento especialmente notável é a quantidade recorde de dados de treinamento utilizados: mais de 20 trilhões de tokens, superando os aproximadamente 15 trilhões utilizados pelo Deep Seek V3 e pelo Llama 3.1 405B.

Para contextualizar, tokens são essencialmente pedaços de palavras, pontuações e outros elementos importantes que ajudam a dar significado ao texto. Por exemplo, a palavra “especialistas” pode ser dividida em fragmentos como “especi”, “alist”, “as”, facilitando o processamento pelo modelo.

De acordo com benchmarks apresentados pela Alibaba, o Queen 2.5 Max supera concorrentes como Deep Seek V3, GPT-4, Claude 3.5 Sonnet e Llama 3 em diversos testes. Particularmente impressionantes são seus resultados nos benchmarks Arena Hard e Live Bank, onde aparentemente ocupa a primeira posição. Contudo, é importante manter certo ceticismo quanto a esses resultados, já que os benchmarks proprietários da Queen historicamente não se traduzem em desempenho real proporcional.

Características Técnicas e Disponibilidade

O Queen 2.5 Max está disponível via API do Alibaba Cloud ou através do Queen Chat, o chatbot da empresa que oferece recursos como pesquisa web e geração de conteúdo. Diferentemente de outros modelos da família Queen 2.5, a versão Max não será lançada como código aberto, sinalizando uma tendência cada vez mais comum entre os desenvolvedores de modelos de ponta.

Assim como o Deep Seek, o Queen 2.5 Max opera sob as restrições de conteúdo impostas pelo governo chinês – aspecto que gera críticas, mas que pode não representar um problema significativo para aplicações empresariais como atendimento ao cliente ou automação de processos.

Queen 2.5 VL: Agente Visual com Potencial Transformador

Além do modelo principal, o Alibaba também introduziu o Queen 2.5 VL, uma solução multimodal capaz de processar texto, imagens e até mesmo vídeos de uma hora de duração. Disponível em dois tamanhos (37 e 72 bilhões de parâmetros), este modelo promete um avanço significativo no manuseio de conteúdos visuais complexos.

Uma característica particularmente interessante do Queen 2.5 VL é sua capacidade de analisar interfaces de usuário, identificar elementos interativos e planejar fluxos de trabalho. Isso o torna uma base potencial para o desenvolvimento de agentes autônomos capazes de operar computadores – algo semelhante ao Computer Use da Anthropic ou ao GPT-4o da OpenAI.

Em demonstrações apresentadas pela empresa, o modelo é capaz de realizar tarefas como:

  • Reservar voos interpretando interfaces de usuário
  • Navegar em programas complexos como o GIMP
  • Detectar objetos específicos em imagens (como identificar se um motociclista está usando capacete)
  • Processar documentos como faturas e formulários, gerando informações em formatos estruturados como JSON

De acordo com o Alibaba, a versão maior (Queen 2.5 VL 72B) tem desempenho comparável ao GPT-4 da OpenAI, ao Claude 3.5 Sonnet da Anthropic e ao Gemini 2.5 Flash da Google, ocasionalmente superando-os em áreas como compreensão de documentos e assistência visual.

O Futuro da IA: Modelos Omni-modais e Reflexão

Olhando para o horizonte, a equipe Queen planeja aprimorar as capacidades de resolução de problemas e raciocínio de seus modelos, adicionando suporte para mais tipos de entrada. O objetivo final é criar um modelo de IA verdadeiramente omni-modal, capaz de processar qualquer tipo de informação, incluindo áudio – uma área ainda relativamente pouco explorada.

Um desenvolvimento importante nessa direção é o lançamento de um modelo Queen 2.5 que suporta janelas de contexto de até 1 milhão de tokens – para efeito de comparação, a Bíblia completa contém aproximadamente 1,7 milhão de tokens.

É importante notar que, embora o volume de dados de treinamento seja impressionante, a comunidade de IA está cada vez mais focada em melhorias no poder de processamento em tempo de execução e na capacidade de “reflexão” dos modelos. Isso significa que, em vez de simplesmente aumentar a quantidade de dados, o foco está em fazer com que os modelos pensem mais profundamente sobre as respostas que fornecem – uma abordagem que parece render resultados mais significativos.

Aproveite Esse Conhecimento na Prática

A evolução dos modelos de IA chineses como o Queen 2.5 Max representa uma oportunidade para empresas e desenvolvedores que buscam alternativas aos modelos ocidentais dominantes. Se você trabalha com automação de processos ou atendimento ao cliente, vale a pena explorar esses novos modelos que podem oferecer excelente custo-benefício.

Experimente integrar o Queen Chat em seus projetos e comparar os resultados com outros modelos que você já utiliza. A concorrência nesse espaço beneficia todos os usuários, trazendo mais inovação e melhores preços. Não deixe que receios infundados sobre restrições de conteúdo impeçam você de aproveitar ferramentas potencialmente transformadoras para seu negócio!

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Perguntas Frequentes

O que é destilação de modelos em IA e por que é controversa?
A destilação em IA é uma técnica em que desenvolvedores utilizam modelos maiores e mais avançados para treinar e melhorar o desempenho de modelos menores. O processo envolve enviar prompts (perguntas ou comandos) para um modelo avançado, coletar suas respostas e usar esses dados para treinar um modelo menor.

Embora seja uma prática comum em pesquisa acadêmica e desenvolvimento interno, torna-se controversa quando utilizada para criar produtos comerciais concorrentes sem autorização. Isso acontece porque a destilação de modelos proprietários como GPT-4 sem permissão viola os termos de serviço da maioria dos provedores de IA, configurando uma possível apropriação indevida de propriedade intelectual.

A controvérsia é amplificada no contexto geopolítico atual, onde empresas chinesas como Deep Seek são acusadas de usar modelos ocidentais para desenvolver seus próprios produtos, levantando questões sobre competição justa e proteção de inovação.

Quais são as principais diferenças entre o Queen 2.5 Max e o Deep Seek V3?
O Queen 2.5 Max e o Deep Seek V3 são ambos modelos de linguagem avançados desenvolvidos na China, mas apresentam diferenças significativas. O Queen 2.5 Max, desenvolvido pelo Alibaba, foi treinado com aproximadamente 20 trilhões de tokens, superando os 15 trilhões utilizados pelo Deep Seek V3, o que teoricamente proporciona maior conhecimento e fluência.

Em termos de arquitetura, o Queen 2.5 Max foi construído usando métodos estabelecidos como aprendizado supervisionado fino e aprendizado por reforço com feedback humano, enquanto o Deep Seek V3 serve como base para o modelo de reflexão R1, que implementa um sistema mais avançado de verificação e refinamento de respostas.

Quanto à disponibilidade, o Queen 2.5 Max é acessível apenas via API, enquanto partes do ecossistema Deep Seek podem ser utilizadas localmente através de ferramentas como o LM Studio, oferecendo maior privacidade e controle para usuários preocupados com proteção de dados.

Como os modelos de IA chineses lidam com as restrições de conteúdo governamentais?
Os modelos de IA chineses como Queen 2.5 Max e Deep Seek V3 operam sob as regulamentações de conteúdo impostas pelo governo chinês, o que significa que são programados para evitar discussões sobre tópicos politicamente sensíveis. Tecnicamente, isso é implementado através de filtros de conteúdo e regras específicas incorporadas durante o treinamento e ajuste fino dos modelos.

Quando um usuário faz perguntas sobre temas considerados sensíveis, esses modelos tipicamente respondem com declarações neutras ou recusam-se a elaborar sobre o assunto. Essa abordagem difere significativamente dos modelos ocidentais, que geralmente têm guardrails mais focados em evitar conteúdo prejudicial ou ilegal, mas são mais abertos a discussões políticas dentro de certos parâmetros.

Para usuários corporativos focados em aplicações como atendimento ao cliente, automação de processos ou análise de dados, essas restrições raramente representam um obstáculo significativo, tornando esses modelos alternativas viáveis e muitas vezes mais acessíveis financeiramente para implementação empresarial.

O que são modelos omni-modais e como eles diferem dos multimodais?
Modelos omni-modais representam o próximo passo na evolução da inteligência artificial, indo além dos já conhecidos modelos multimodais. Enquanto os modelos multimodais podem processar duas ou mais modalidades de dados (como texto e imagem), os omni-modais aspiram a processar virtualmente qualquer tipo de entrada: texto, imagem, vídeo, áudio, dados estruturados e até sinais de sensores em tempo real.

A principal diferença está na abrangência e na integração profunda. Um modelo omni-modal não apenas processa diferentes tipos de dados, mas compreende as relações complexas entre essas modalidades de forma holística. Por exemplo, um verdadeiro modelo omni-modal poderia analisar simultaneamente o áudio de uma conversa, as expressões faciais em um vídeo e o contexto textual para compreender nuances emocionais e subcontextos com precisão quase humana.

O Alibaba planeja desenvolver o Queen para se tornar um modelo desse tipo, capaz de lidar com qualquer entrada ou tarefa sem necessidade de adaptações específicas, o que representaria um salto significativo nas capacidades gerais da IA e sua aplicabilidade no mundo real.

Como posso testar o Queen 2.5 Max para meus projetos pessoais ou empresariais?
Para testar o Queen 2.5 Max em seus projetos, você tem duas opções principais. A primeira é utilizar o Queen Chat, a interface de conversação online disponível gratuitamente em chat.qwen.ai. Esta opção é ideal para experimentações iniciais e testes básicos, permitindo que você interaja diretamente com o modelo e explore seus recursos como pesquisa web e geração de conteúdo.

Para implementações mais sérias ou integração em aplicações existentes, você precisará utilizar a API do Alibaba Cloud. Isso requer a criação de uma conta na plataforma de nuvem do Alibaba e possivelmente a aquisição de créditos para uso contínuo. A API oferece maior flexibilidade, permitindo personalizar parâmetros como temperatura, comprimento máximo de resposta e comportamentos específicos do modelo.

Vale ressaltar que, para implementações empresariais, é importante considerar aspectos como latência (especialmente se sua aplicação estiver hospedada fora da Ásia), compatibilidade com sua infraestrutura existente e requisitos regulatórios específicos do seu setor ou região geográfica, como LGPD para empresas brasileiras.

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Este artigo foi baseado no vídeo abaixo. Se preferir, você pode assistir ao conteúdo original: