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Além dos Prompts: 3 Técnicas Avançadas para Otimizar Modelos de Linguagem em 2025

Lembra quando costumávamos pesquisar nosso próprio nome no Google para ver o que a internet sabia sobre nós? Hoje, o equivalente moderno é fazer o mesmo com chatbots e modelos de linguagem de grande porte (LLMs). No entanto, as respostas que obtemos podem variar drasticamente dependendo do modelo utilizado, devido às diferentes bases de dados de treinamento e datas de corte de conhecimento.

Se você já se perguntou como melhorar as respostas dos LLMs para suas necessidades específicas, saiba que existem três métodos principais para aprimorar significativamente seus resultados. Neste artigo, vamos explorar em profundidade cada uma dessas técnicas, seus benefícios e limitações, e como elas podem transformar sua experiência com inteligência artificial em 2025.

RAG: Retrieval Augmented Generation

O RAG (Geração Aumentada por Recuperação) é uma técnica poderosa que permite aos modelos de linguagem acessarem informações externas que não estavam em seu conjunto de dados original ou que se tornaram disponíveis após o treinamento do modelo.

Como funciona o RAG?

O processo do RAG pode ser dividido em três etapas fundamentais:

  1. Recuperação (Retrieval): Busca de informações externas e atualizadas em um corpus de dados.
  2. Aumentação (Augmentation): Enriquecimento da prompt original com as informações recuperadas.
  3. Geração (Generation): Criação de uma resposta baseada no contexto enriquecido.

Quando uma consulta é feita a um modelo com RAG, ele não apenas processa a pergunta, mas também busca informações relevantes em um banco de dados externo. Diferentemente de um mecanismo de busca tradicional que apenas combina palavras-chave, o RAG converte tanto a pergunta quanto os documentos em embeddings vetoriais – essencialmente transformando palavras e frases em longas listas de números que capturam seu significado semântico.

Por exemplo, se você perguntar “Qual foi o crescimento de receita da nossa empresa no último trimestre?”, o RAG encontrará documentos semanticamente similares à sua pergunta, mesmo que não contenham exatamente as mesmas palavras. Ele poderá localizar documentos que mencionam “desempenho do quarto trimestre” ou “vendas trimestrais”, que são conceitualmente relacionados.

Vantagens e desvantagens do RAG

O RAG é particularmente valioso quando você precisa de:

  • Informações atualizadas que não existiam durante o treinamento do modelo
  • Dados específicos de um domínio ou organização
  • Acesso a fatos precisos e verificáveis

No entanto, esta técnica apresenta alguns custos significativos:

  • Desempenho: A etapa de recuperação adiciona latência a cada consulta
  • Processamento: Os documentos precisam ser convertidos em embeddings vetoriais
  • Infraestrutura: É necessário manter um banco de dados de vetores

Fine-tuning: Especialização do Modelo

O fine-tuning (ou ajuste fino) é como dar aulas particulares a um modelo já educado. Envolve pegar um modelo de linguagem existente com conhecimento amplo e dar-lhe treinamento adicional especializado em um conjunto de dados focado.

Como funciona o Fine-tuning?

Durante o fine-tuning, os parâmetros internos do modelo são atualizados através de treinamento adicional. O modelo começa com pesos que foram otimizados durante seu pré-treinamento inicial, e pequenos ajustes são feitos a esses pesos usando o conjunto de dados especializado.

Este processo geralmente usa aprendizado supervisionado, onde fornecemos pares de entrada-saída que demonstram o tipo de respostas que desejamos. Por exemplo, se estivermos fazendo fine-tuning para suporte técnico, podemos fornecer milhares de exemplos de perguntas de clientes pareadas com respostas técnicas corretas.

O modelo ajusta seus pesos através de retropropagação para minimizar a diferença entre suas saídas previstas e as respostas desejadas. Não estamos apenas ensinando novos fatos ao modelo, mas modificando como ele processa informações, ajudando-o a reconhecer padrões específicos do domínio.

Vantagens e desvantagens do Fine-tuning

O fine-tuning mostra sua força quando você precisa:

  • Um modelo com profunda expertise em um domínio específico
  • Respostas mais rápidas (em comparação com RAG) no momento da inferência
  • Conhecimento integrado diretamente na estrutura do modelo

Porém, existem desafios significativos:

  • Complexidade de treinamento: São necessários milhares de exemplos de alta qualidade
  • Custo computacional: O treinamento pode exigir múltiplas GPUs e recursos substanciais
  • Manutenção: Atualizar um modelo fine-tuned requer novas rodadas de treinamento
  • Esquecimento catastrófico: Risco do modelo perder capacidades gerais enquanto aprende habilidades especializadas

Prompt Engineering: A Arte das Instruções Precisas

O prompt engineering vai muito além da simples clarificação de perguntas. É uma técnica sofisticada que envolve formular instruções de maneira que ativem eficientemente o conhecimento já existente no modelo.

Como funciona o Prompt Engineering?

Quando um modelo recebe uma prompt, ele a processa através de uma série de camadas que funcionam essencialmente como mecanismos de atenção, cada um focando em diferentes aspectos do texto da prompt. Ao incluir elementos específicos em sua prompt – como exemplos, contexto ou formato desejado – você direciona a atenção do modelo para padrões relevantes que ele aprendeu durante o treinamento.

Por exemplo, pedir a um modelo para “pensar passo a passo” ativa padrões que ele aprendeu em dados de treinamento onde o raciocínio metódico levou a resultados precisos. Uma prompt bem elaborada pode transformar completamente a saída de um modelo sem nenhum treinamento adicional ou recuperação de dados.

Compare estas duas prompts:

“Este código é seguro?”

Versus uma prompt engenheirada:

“Analise o seguinte código em busca de vulnerabilidades de segurança. Considere injeção SQL, XSS, problemas de autenticação e manipulação de dados sensíveis. Forneça uma avaliação detalhada, explicando cada problema potencial e sugerindo correções específicas.”

Vantagens e desvantagens do Prompt Engineering

As vantagens do prompt engineering são claras:

  • Zero mudanças de infraestrutura: Não é necessário alterar nada no backend
  • Resultados imediatos: As melhorias são visíveis instantaneamente
  • Sem necessidade de processamento adicional de dados

No entanto, existem limitações importantes:

  • É tanto arte quanto ciência, exigindo experimentação e tentativa e erro
  • Limitado ao conhecimento existente do modelo
  • Não pode ensinar informações verdadeiramente novas ao modelo

Combinando as Técnicas: A Abordagem Híbrida

Embora tenhamos discutido RAG, fine-tuning e prompt engineering como técnicas distintas, elas são frequentemente combinadas para criar soluções mais poderosas. Uma abordagem híbrida pode explorar os pontos fortes de cada método enquanto compensa suas fraquezas.

Imagine um sistema de IA jurídica:

  • O RAG recuperaria casos específicos e decisões judiciais recentes
  • O prompt engineering garantiria o formato adequado de documentos legais
  • O fine-tuning ajudaria o modelo a dominar políticas específicas do escritório de advocacia

Em resumo:

  • Prompt engineering oferece flexibilidade e resultados imediatos, mas não pode estender o conhecimento do modelo
  • RAG pode estender o conhecimento e fornecer informações atualizadas, mas com sobrecarga computacional
  • Fine-tuning permite expertise profunda em domínios específicos, mas requer recursos significativos e manutenção contínua

Dê o Próximo Passo com Este Conhecimento

Chegamos longe desde as pesquisas de vaidade no Google! As técnicas que exploramos neste artigo representam a fronteira da otimização de modelos de linguagem em 2025. Cada método – RAG, fine-tuning e prompt engineering – oferece uma abordagem única para melhorar as respostas dos LLMs, com seus próprios trade-offs em termos de complexidade, custo e eficácia.

A chave é avaliar suas necessidades específicas e recursos disponíveis para determinar qual abordagem (ou combinação de abordagens) funcionará melhor para você. Experimente com prompt engineering como ponto de partida, pois não requer investimentos em infraestrutura. Se precisar de informações atualizadas regularmente, considere implementar RAG. E para aplicações que exigem expertise profunda em domínios específicos, o fine-tuning pode valer o investimento.

Não espere para começar a experimentar estas técnicas avançadas. Quanto mais cedo você dominar estas abordagens, melhor posicionado estará para aproveitar todo o potencial dos modelos de linguagem em sua organização. Inicie com pequenos projetos, meça os resultados e expanda a partir daí!

Perguntas Frequentes

O que é RAG (Retrieval Augmented Generation) e qual sua principal vantagem?
RAG (Geração Aumentada por Recuperação) é uma técnica que permite que modelos de linguagem busquem informações externas para complementar seu conhecimento interno antes de gerar respostas. O processo envolve três etapas principais: recuperação de informações externas, aumento da prompt original com essas informações e geração da resposta final baseada no contexto enriquecido.

A principal vantagem do RAG é sua capacidade de fornecer informações atualizadas e específicas que não estavam disponíveis durante o treinamento original do modelo. Isso é particularmente valioso quando você precisa de dados recentes ou específicos do seu domínio de negócios, como documentos internos da empresa, relatórios recentes ou informações proprietárias.

Diferentemente de um modelo padrão que depende apenas do conhecimento adquirido durante seu treinamento, o RAG pode acessar e integrar informações em tempo real, resultando em respostas mais precisas, atualizadas e relevantes para contextos específicos.

Qual a diferença entre fine-tuning e prompt engineering?
Fine-tuning e prompt engineering representam abordagens fundamentalmente diferentes para melhorar as saídas dos modelos de linguagem. O fine-tuning é um processo técnico que modifica os pesos internos do modelo através de treinamento adicional com dados específicos do domínio. Isso requer recursos computacionais significativos, exemplos de treinamento de alta qualidade e expertise técnica, mas resulta em um modelo que internalizou profundamente o conhecimento específico do domínio.

Por outro lado, o prompt engineering não modifica o modelo em si, mas sim aprimora as instruções fornecidas a ele. Esta técnica foca em formular prompts que ativem efetivamente o conhecimento já existente no modelo, através de instruções claras, contexto relevante e exemplos orientadores. É acessível, não requer mudanças de infraestrutura e oferece resultados imediatos.

A escolha entre essas técnicas depende das suas necessidades específicas: o prompt engineering é ideal para otimizações rápidas sem investimento adicional, enquanto o fine-tuning é preferível quando você precisa de expertise profunda e consistente em um domínio específico.

Quais são os principais desafios ao implementar RAG em uma organização?
Implementar RAG (Retrieval Augmented Generation) em uma organização apresenta diversos desafios técnicos e operacionais significativos. Primeiramente, existe o desafio da infraestrutura: você precisará configurar e manter um sistema para processar documentos em embeddings vetoriais e armazená-los em um banco de dados de vetores eficiente, o que requer investimentos em hardware e software especializados.

Em segundo lugar, há desafios de desempenho e latência. O processo de recuperação adiciona tempo de processamento a cada consulta, o que pode impactar negativamente a experiência do usuário em aplicações que exigem respostas rápidas. Equilibrar a profundidade da recuperação com a velocidade de resposta requer otimização cuidadosa.

Finalmente, existem questões de qualidade e relevância dos dados. O RAG é tão bom quanto as informações que ele recupera. Isso significa que você precisará implementar estratégias para garantir que seu corpus de dados seja preciso, atualizado e bem estruturado. Também será necessário desenvolver mecanismos para filtrar informações irrelevantes ou contraditórias que possam ser recuperadas, evitando que contaminem as respostas geradas.

Como evitar o 'esquecimento catastrófico' durante o processo de fine-tuning?
O esquecimento catastrófico é um fenômeno em que um modelo, ao ser fine-tuned para uma tarefa específica, perde habilidades gerais que possuía anteriormente. Para mitigar esse problema, várias estratégias podem ser implementadas durante o processo de fine-tuning.

Uma técnica eficaz é o aprendizado contínuo com replay de experiência, onde você mantém uma amostra representativa dos dados de treinamento original e os incorpora periodicamente durante o fine-tuning. Isso ajuda o modelo a reter seu conhecimento geral enquanto aprende novos domínios. Outra abordagem é o uso de regularização, aplicando restrições nos parâmetros do modelo para evitar que eles se desviem muito dos valores originais.

O fine-tuning com taxas de aprendizado baixas também pode ajudar a preservar o conhecimento geral. Ao fazer mudanças menores e mais graduais nos pesos do modelo, você permite que ele aprenda novas informações sem sobrescrever drasticamente o conhecimento existente. Por fim, é importante monitorar o desempenho do modelo em tarefas gerais durante o processo de fine-tuning, estabelecendo métricas que garantam que as capacidades fundamentais não estão sendo prejudicadas enquanto as especializadas são desenvolvidas.

Quando é mais vantajoso usar uma abordagem híbrida combinando RAG, fine-tuning e prompt engineering?
Uma abordagem híbrida combinando RAG, fine-tuning e prompt engineering é particularmente vantajosa em cenários complexos que exigem tanto conhecimento especializado quanto acesso a informações atualizadas e dinâmicas. Sistemas de suporte ao cliente em setores altamente regulamentados, como saúde, finanças ou direito, são exemplos perfeitos onde esta abordagem traz benefícios substanciais.

Nestes contextos, o fine-tuning permite que o modelo compreenda a terminologia específica do setor e políticas internas da organização, o RAG fornece acesso a informações atualizadas sobre regulamentações, produtos ou serviços, enquanto o prompt engineering garante que as respostas sigam formatos específicos e diretrizes de comunicação da empresa.

Esta combinação é especialmente poderosa quando você enfrenta um mix de consultas previsíveis e imprevisíveis. As consultas comuns podem ser tratadas pelo conhecimento especializado adquirido via fine-tuning, enquanto consultas mais raras ou específicas se beneficiam da capacidade do RAG de buscar informações externas. O prompt engineering atua como o elemento unificador, assegurando consistência na forma como o modelo integra e apresenta as informações de ambas as fontes.

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Este artigo foi baseado no vídeo abaixo. Se preferir, você pode assistir ao conteúdo original: